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25/02/2019 às 14h53min - Atualizada em 25/02/2019 às 14h53min

Grupo de Lima discute crise na Venezuela; vice-presidente dos EUA promete novas sanções

O presidente autoproclamado Juan Guaidó e o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, se encontraram. Norte-americano voltou a dizer que 'todas as opções estão à mesa'

Novo encontro com representantes do Grupo de Lima começou na manhã desta segunda-feria (25) em Bogotá, capital da Colômbia, para discutir a crise na Venezuela. A cúpula foi marcada com o acirramento das tensões nas fronteiras venezuelanas no fim de semana por causa da tentativa de entrega da ajuda humanitária.
Além dos representantes dos países integrantes do Grupo de Lima (entenda o que é no fim da reportagem), participaram do encontro o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e o vice-presidente dos Estados UnidosMike Pence.
 
Vice dos EUA promete novas sanções
 
Vice-presidente dos EUA, Mike Pence, fala sobre crise da Venezuela em reunião do Grupo de Lima em Bogotá, capital da Colômbia — Foto: Luisa Gonzales/Reuters
Em discurso, Pence prometeu novas sanções "ainda mais fortes" à "rede de corrupção financeira" do regime de Nicolás Maduro.

"Vamos encontrar até o último dólar que eles roubaram do dinheiro do povo venezuelano", disse o vice-presidente dos EUA.
Ele também pediu que o Grupo de Lima faça como o governo norte-americano e congele os bens da PDVSA e os transfiram para a administração de Guaidó. Pence ainda fez um apelo para que esses países restrinjam a concessão de vistos e reconheçam os representantes do presidente autoproclamado.

Além disso, Pence reforçou a mensagem do presidente norte-americano, Donald Trump, aos militares da Venezuela – de que eles devem deixar a lealdade ao regime Maduro e apoiar Guaidó. Caso contrário, "vão perder tudo", reforçou o vice, repetindo a fala de Trump.

"A você, presidente Guaidó, uma simples mensagem do presidente Trump: estamos com você 100%", declarou Pence.
Pence afirmou que a violência durante a tentativa de entrega de alimentos e remédios tão necessários à Venezuela fortalece a determinação dos EUA de apoiar Guaidó até que a liberdade seja restabelecida no país. Na mesma linha de Trump, o vice norte-americano repetiu que "todas as opções estão à mesa" para "restaurar a liberdade" aos venezuelanos.

 
Guaidó pede minuto de silêncio
 
Juan Guaidó discursa durante encontro do Grupo de Lima sobre situação na Venezuela — Foto: Luisa Gonzales/Reuters
Guaidó pediu um minuto de silêncio pelo que chamou de "massacre que sofreu o povo da Venezuela no sábado, dia 23". Ele fazia referência aos confrontos entre as forças armadas leais a Maduro e opositores do regime durante o "Dia D" da entrega da ajuda humanitária.
Para Guaidó, ser "permissivo" com Maduro nesse momento constitui em uma ameça para a América Latina.
Antes do encontro, o autodeclarado presidente interino chegou a pedir que "todas as opções permaneçam abertas" contra Maduro.
 
Líderes de outros países pedem solução pacífica
 
"No Grupo Lima, estamos lutando por uma solução pacífica", disse o vice-ministro do Exterior do Peru, Hugo de Zela, na abertura da reunião. Para ele, chegou a hora de adotar "mais medidas para isolar o regime". "Medidas mais claras para aumentar a pressão, e estamos dispostos a assumir posições mais categóricas, agir politicamente, agir financeiramente", insistiu.

"Reafirmamos nosso compromisso com a transição democrática e a restauração da ordem constitucional na Venezuela", afirmou Holmes Trujillo, ministro das Relações Exteriores da Colômbia e anfitrião do encontro.

Trujillo lembrou que, com o apoio do Grupo de Lima, "alguns países fizeram um grande esforço para facilitar a operação de um canal para fornecer assistência humanitária internacional para aliviar, ainda que parcialmente, a situação humanitária grave que afeta muitos venezuelanos".
 
Apelos por negociação
 
Pouco antes do início do encontro, a Comissão Europeia fez um apelo para que seja encontrada uma saída negociada para a crise e para que os líderes evitem uma intervenção militar no país. O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu ao Grupo de Lima pelo Twitter para que o Grupo de Lima busque por diálogo.
"Irmãos Presidentes do Grupo de Lima: Respeitando as nossas diferenças políticas e como líderes democraticamente eleitos, peço-lhes, com muito respeito, que busquem uma solução mediante o diálogo", afirmou o líder boliviano.
 
Entrega da ajuda humanitária
 
Aliados de Maduro reprimiram violentamente as tentativas de comboios oposicionistas com alimentos e medicamentos de ingressar na Venezuela. Há registros de vítimas, mas não há um balanço oficial.
Entre sexta-feira (22) e sábado (23), quatro pessoas morreram e 300 ficaram feridas, de acordo com dados do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Porém, o prefeito da municipalidade de Gran Sabana, que é opositor de Maduro, afirmou que 25 pessoas morreram e 84 ficaram feridas em Santa Elena de Uairén (cidade venezuelana na fronteira com o Brasil). A informação não foi confirmada por fontes independentes.
 
O que é o Grupo de Lima?
 
O Grupo de Lima foi criado em 2017 por iniciativa do governo peruano com o objetivo de pressionar para o restabelecimento da democracia na Venezuela. Integram o grupo os chanceleres de países como Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Paraguai e Peru, entre outros.
 
Fonte: G1 Globo
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