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19/01/2022 às 11h22min - Atualizada em 19/01/2022 às 11h22min

Escolas podem voltar ao sistema de aulas híbridas em Goiás

O Conselho Estadual de Educação (CEE) de Goiás define até sexta-feira (21) como ficarão as aulas presenciais e a distância neste momento de alta disseminação da variante ômicron do coronavírus (Sars-CoV-2), que provoca a Covid-19. Terminou em dezembro de 2021 o prazo da resolução do CEE que definiu o Regime de Aulas não Presenciais (Reanp) no sistema educativo do estado em razão da pandemia.

Presidente do CEE e do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (Sepe), Flávio Roberto de Castro explicou que a situação do ano letivo de 2022 é diferente da vivenciada no ano passado e em 2020 quando havia um decreto estadual definindo medidas de prevenção para conter a Covid-19. “Foi quando declaramos o Reanp, mas agora há possibilidade de os prefeitos soltarem decretos como quiserem. A gente pensa na continuidade do processo de educação, a autoridade de saúde diz que a escola é o lugar mais seguro, mas tem pais que não se sentem seguros, por outro lado as aulas remotas trouxeram um prejuízo grande para a vida dos alunos”, elenca o presidente do CEE.

O ano letivo de 2022 começou na segunda-feira (17), na maioria dos estabelecimentos de ensino públicos e privados, sem obrigatoriedade de aulas remotas, mas estudantes com síndromes gripais precisam permanecer em casa.

Flávio Castro disse ao portal que a situação é complexa e não é fácil de deliberar. “Há uma série de fatores que estamos analisando. Começamos as discussões na semana passada e temos reuniões nesta quinta (20) e sexta (21). Estamos conversando com várias pessoas e vamos discutir o assunto com o Ministério Público. A tendência é contemplar esses casos como exceção e não a regra.”

Ademar Amorim Júnior, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Goiás (Sinepe), explicou que aguarda uma posição do CEE, mas vem orientando aos associados que, embora não haja uma regulamentação sobre o Reanp, que sigam os ditames das autoridades de saúde e mantenham os alunos em casa. “Há muita pressão, principalmente de escolas do interior do estado, relacionada ao ensino a distância, mas ainda não há nada definido. Vamos emitir um posicionamento em assembleia na próxima semana.”

A maioria das escolas retomou as aulas somente no formato presencial, mas algumas prolongaram o período de aulas híbridas ou remotas diante do aumento do número de casos de Covid-19 com a circulação da variante ômicron. O Centro de Ensino e Pesquisa à Educação (CEPAE), unidade da Universidade Federal de Goiás (UFG), atendendo à portaria da instituição em razão do cenário epidemiológico, adiou para o dia 31 a retomada das atividades presenciais. A enfermeira Cristiane Mendonça, mãe de Tomás, de 10 anos, considera correta a medida. O garoto, que desde março de 2020 assiste às aulas on-line, permanece estudando de casa, ao contrário do irmão mais novo, matriculado em outra escola, que já está em sala de aula.

Conjunto

Flávio de Castro, presidente do CEE, salientou que depois de quase dois anos de pandemia, é preciso tomar decisões pensando num todo. “Além das escolas privadas, há também as públicas que exercem grande função social, oferecendo alimentação, o cuidado e a rede de proteção. Muitos pais estão indo para o trabalho”, disse. Para ele, o retorno do Reanp para casos específicos seria mais lógico. “É preciso pensar que, antes da pandemia, quando um aluno ficava doente, ele passava um período em casa, sem ir à escola.”

Educadora defende adaptação de escolas

Presidente da Associação das Instituições Particulares de Ensino de Goiás (Aipeg), Eula Wamir não tem dúvidas de que o momento é outro, embora a tecnologia seja agora uma aliada. Em relação aos alunos que precisam ficar em casa por apresentarem sintomas de síndrome gripal ou que tenham diagnóstico positivo para Covid-19, ela explica que a orientação é que haja uma adequação pedagógica para atender o estudante. “Vamos fazer o que sempre fizemos ao longo da nossa trajetória. Hoje não temos nenhuma normativa do CEE, mas as escolas sabem o que fazer para não colocar as demais crianças em risco.”

Para Eula, se a criança precisa ficar afastada da sala de aula, as atividades podem ser gravadas e encaminhadas à família e na escola a avaliação é diferenciada. “Pedagogicamente isso é muito tranquilo. Sempre tivemos intercorrências com alunos no decorrer do ano letivo e depois de dois anos com aulas on-line, temos a tecnologia a nosso favor. O que é primordial para nós é que o ensino-aprendizagem aconteça e as atividades sejam validadas para que, quando o aluno retornar à escola, não haja lacunas. “Vamos continuar utilizando as ferramentas valiosas da tecnologia.”

Superação

A presidente da Aipeg lembra que a falta de aulas não presenciais trouxe um enorme prejuízo. “Estamos pontuando para ver que atividades precisam ser recapituladas até fevereiro por causa das lacunas provocadas pela pandemia. A função da escola nos 205 dias letivos é aplicar o conteúdo atual e retomar aquilo que não foi tão satisfatório. É um grande desafio que precisamos vencer, o que importa é que as crianças passem por este processo e saiam com as habilidades contempladas dentro de série e idade.”

Fonte: Portal Panorama


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