O mês de outubro termina com a conhecida data do “Dia das Bruxas”, mas parece que para o pecuarista o “terror dos preços baixos” foi vivido durante todo o mês e, segundo alguns analistas, pode continuar a assombrar as margens de lucro no mês de novembro. Os valores negociados atingiram o seu menos patamar nos últimos doze meses, com um recuo de 12% neste mês. Qual o futuro dos preços?
O mercado físico de boi gordo registrou preços pouco alterados nesta sexta-feira, 29, com a semana terminado com muitas unidades frigoríficas ausentes da compra de gado. Espera-se , segundo avaliação do Portal, que para o curto prazo sejam evidenciadas algumas tentativas de compra abaixo da referência média, principalmente no retorno aos negócios, após o feriado da terça-feira.
Segundo a Scot Consultoria, o cenário calmo com poucos negócios concretizados nas praças paulistas nesta manhã, uma vez que as escalas de abate de grande parte dos frigoríficos estão completas para a próxima semana. Nossas referências de preços estão estáveis no comparativo feito dia a dia.
O boi gordo, negociado em R$262,00/@, preço bruto e a prazo, teve uma retração de R$31,00/@, ou 10,6%, desde o início do mês. A cotação da vaca gorda teve uma redução de R$25,00/@, ou 9,0%, no mesmo período e está precificada em R$252,00/@. A novilha gorda está sendo negociada por R$262,00/@, com recuo de R$31,00/@, ou 10,6%, apontou a Consultoria.
Segundo os dados divulgados pelo Cepea, o mês encerrou com o pior patamar de preços para o boi gordo, considerando os últimos doze meses de negociações – confira o gráfico abaixo. Ainda segundo a instituição, os valores fecharam o mês de outubro com um recuo de 11,83%, ou seja, atingiram o patamar de preços de R$ 257,10/@.
Sendo assim, esse é o menor preço do Indicador no ano, confira o gráfico abaixo. Ainda segundo os dados o preço em dólar segue nas mínimas do ano, fechando cotado a U$ 45,52/@, deixando o boi brasileiro como o mais barato do mundo. Até quando o Brasil irá viver dependente de um mercado e sem política que assuma o papel devido?
No mercado físico do boi gordo, a semana seguiu marcada pelo menor apetite das industrias frigoríficas. O sentimento que prevaleceu foi de cautela nas estratégias de formação das escalas de abate, já que a China permanece fora das compras de carne bovina.
Com isso, os negócios concretizados na sexta-feira, apontaram para valores próximos de R$ 258,00/@. Na B3, o contrato futuro de boi gordo com vencimento para nov/21 fechou o dia cotado em R$ 271,00/@, sem alterações significativas no comparativo diário.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 258,92/@, na sexta-feira (29/10), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 244,76/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 268,60@. Ainda segundo o app, o preço em São Paulo já varia de R$ 251,00 a R$ 264,00.
O mês de outubro de 2021 vai se encerrando com as exportações para a China ainda suspensas. A média nacional das escalas de abate se manteve estável em relação a semana passada, na casa dos 7 dias úteis.
O cenário segue problemático do ponto de vista da receita. A indústria ainda lida com câmaras frias lotadas, além de operar com maior capacidade ociosa, consequências do autoembargo em relação às exportações ao mercado chinês. Do ponto de vista do pecuarista o quadro também é complicado, com forte queda da margem em um ano em que os preços da reposição estiveram em seu topo histórico, além do elevado custo de nutrição animal.
O mercado segue carente de novidades em relação à China, ainda sem um posicionamento em relação ao recredenciamento da carne bovina brasileira.
O mercado atacadista apresentou preços estáveis nesta sexta-feira. O ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade do movimento de queda no curto prazo, em linha com o avanço da oferta nas últimas semanas. Mesmo durante o período de virada de mês há pouco otimismo sobre uma eventual recuperação dos preços. “Caso esse movimento se prolongue a tendência é que acabe influenciando a formação dos preços das proteínas concorrentes”, disse Iglesias.
Assim, o quarto traseiro foi precificado a R$ 20,40 por quilo. O quarto dianteiro manteve preço de R$ 13,30 por quilo, e a ponta de agulha seguiu no patamar de R$ 13 por quilo.
Fonte: Compre Rural