Um homem de 26 anos foi preso em uma comunidade da zona rural da cidade de Plácido de Castro, no interior do Acre, suspeito de torturar o sobrinho de 5 anos. Segundo a polícia, o menino tinha marcas de mordidas em várias partes do corpo, uma ferida nas cotas, lesão no olho esquerdo e sangrava pelo ouvido.
A prisão ocorreu na última quarta-feira (12), após uma denúncia feita ao Conselho Tutelar da cidade que acionou a Polícia Civil. Com a ação conjunta, as equipes foram até o local e prenderam o suspeito que teria confessado as agressões.
A criança, segundo informações da polícia e do conselho tutelar, contou que no mesmo dia já tinha sofrido agressões do tio.
“Ela [a criança] tem várias mordidas pelo corpo, sangrava pelo ouvido, tem uma mancha nos olhos, tinha vários catombos na cabeça, e passou por corpo de delito que comprovou as agressões. Ela está em estado de choque, não pergunta pela família, não cita o tio que chamava de pai, e nas poucas palavras, porque agora começou a se comunicar, só diz que não quer voltar para onde morava”, contou a conselheira tutelar que acompanha o caso, Patrícia Andrade.
Patrícia disse que a situação da criança não é considerada maus-tratos, mas sim tortura e que além das agressões físicas, o menino passava fome.
“A única alimentação que ele podia comer era arroz, a gente vê que ele está bem desnutrido, é uma criança de cinco anos, mas tem aparência de três. Quando a gente chegou, ele estava com muita fome, era 2 horas da tarde e ainda não tinha se alimentado, como é distante, a equipe levou lanche e nós alimentamos ele no local mesmo”, contou.
Após ser resgatada, a criança passou por atendimento no hospital da cidade e está no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), mas deve ser levada para um abrigo. A conselheira informou que já tem a decisão da justiça e aguarda apenas a vaga para que seja feita a transferência que deve ocorrer ainda nesta sexta-feira (14).
A polícia pediu a prisão preventiva do homem. Além disso, a mulher dele que está grávida também deve ser investigada por tortura na modalidade omissiva. O casal ainda tem um filho de pouco mais de um ano, mas inicialmente, não foi constatado que passava por maus tratos, segundo a conselheira.
Patrícia disse que o tio tinha a guarda da criança, mas que a equipe já fez contato por telefone com a mãe do menino, que mora em outra cidade.“Ele conseguiu, há muito tempo, essa guarda porque na época ela [a mãe] não tinha interesse na criança. Ela até disse que tinha interesse agora, mas ainda não veio até o município e até o momento nenhum outro familiar procurou e nós não temos informação sobre o pai”, contou.
Fonte: G1 Goiás