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13/10/2020 às 11h34min - Atualizada em 13/10/2020 às 11h34min

Governo de Goiás diz que produto citado por Salles para conter fogo na Chapada dos Veadeiros não é autorizado na região

Em nota, governo goiano afirmou ainda que não foi consultado sobre uso e que produto não tem regulamentação no estado. Ministério do Meio Ambiente usou retardante de chamas em combate a incêndio na reserva.

O Governo de Goiás informou nesta terça-feira (13) que não é autorizado o uso de retardante de fogo na região da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto, que fica ao redor do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, que é de gestão do estado. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, citou o produto e disse que o utilizou no combate ao incêndio que atingiu a região na semana passada, o qual destruiu mais de 75 mil hectares de vegetação.

Por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o governo goiano informou ainda, em nota, que não foi consultado sobre o lançamento do retardante na área e que "não há nenhuma regulamentação" sobre o produto no estado (leia a íntegra ao final do texto).

G1 contatou o Ministério do Meio Ambiente, por email, às 8h48 desta terça-feira (13), questionando sobre o assunto e aguarda retorno.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por sua vez, divulgou nota em seu site, na noite de segunda-feira (12), dizendo que não há legislação que proíba o uso dos retardantes.
 

"Não há vedação legal ou regulamento que estabeleça exigência governamental na forma de registro ou autorização de uso de produtos retardantes de chama, não havendo proibição no uso e nem critérios legais estabelecidos que devam ser obrigatoriamente observados para sua utilização no Brasil", diz o texto.

A nota afirma ainda que "em muitos países o combate químico já é bastante difundido. Canadá, Estados Unidos e diversos países da Europa aderem a estas tecnologias com sucesso".

O ministro foi convidado e participa, nesta manhã, de uma audiência na comissão do Senado que acompanha o enfrentamento dos incêndios no Pantanal.
 

'Maconheiros'

 

Salles esteve na Chapada dos Veadeiros na última sexta-feira (9) e no sábado (10). O incêndio foi totalmente extinto no domingo (11). Na ocasião, ele fez um post nas redes sociais dizendo que estava na "linha de frente" nas ações desenvolvidas para extinção do incêndio.

O governo também publicou um vídeo em rede social em que Salles diz que o fogo ganhou força na semana passada e que o governo usou um produto retardante junto com a água despejada pelos aviões. Segundo o ministro, o produto potencializa em cinco vezes a capacidade de resposta no combate ao fogo.

Após a visita do ministro, moradores da região protestaram distribuindo plaquinhas pelas ruas de Alto Paraíso com as escritas: "fora Salles". Eles afirmavam que o ministro chegou à região após semanas de incêndio, se "gabando" do trabalho realizado por brigadistas que, em muitos casos, são voluntários.

Além disso, outra situação que está revoltou parte dos moradores foi a utilização de um "retardante de fogo".

Questionado, à época, sobre o assunto, o Ministério do Meio Ambiente disse em nota que "a opinião de meia dúzia de maconheiros não tem relevância".

 

Nota do Governo de Goiás:

 

O Governo de Goiás, por meio de Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), informa que não há nenhuma regulamentação sobre o referido produto químico em Goiás; que não foi consultado sobre sua utilização; e que não é autorizado o uso do mesmo dentro da Área de Proteção Ambiental do Pouso Alto, de gestão sob responsabilidade do governo goiano.

Fonte: G1Goiás


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