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30/07/2020 às 11h47min - Atualizada em 30/07/2020 às 11h47min

Pesquisa da UFG identifica novas informações sobre atividade imunológica e metabólica de pacientes com Covid-19

Por meio da análise da ação do vírus no organismo, os pesquisadores também descobriram possíveis alvos terapêuticos de combate à doença.

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) identificaram novas informações sobre a atividade imunológica e metabólica dos pacientes com Covid-19. Durante os estudos, eles analisaram a ação do novo coronavírus no corpo humano e identificaram possíveis alvos para o tratamento da doença.

O professor Luiz Gustavo Gardinassi liderou a equipe de pesquisadores do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, responsável pela pesquisa. Em entrevista à rádio CBN nesta quarta-feira (29), o professor disse que eles usaram como metodologia de estudo as análises computacionais.

“Pesquisadores de outros países fizeram pesquisas com amostras de sangue ou pulmão e, a partir disso, percebemos que o método de análise que eles utilizaram podia não ser tão sensível. A gente resolveu reanalisar esses dados e, a partir dessa revisão com métodos que a gente entende que são mais sensíveis para identificar essas alterações, conseguimos extrair novas informações sobre a doença”, afirmou.

Segundo ele, entre as descobertas do estudo está a informação de que uma pessoa com a doença tem uma “considerável” redução das células de defesa no organismo, que são importantes para combater infecções virais. Além disso, alguns pacientes não conseguem ativar respostas antivirais, que poderiam evitar a replicação do vírus.

 

De acordo com Gardinassi, o estudo também descobriu que uma característica comum de pacientes infectados com o novo coronavírus é a redução “na expressão” de alguns genes responsáveis pela defesa do organismo. No entanto, a pesquisa também observou que existem outras células do sistema imune que demonstraram aumento.

“Quando a gente se infecta por um vírus, a gente desenvolve uma resposta antiviral natural do nosso próprio corpo. A gente avaliou que alguns indivíduos com coronavírus não são capazes de montar essa resposta eficiente, e sem isso, ele fica indefeso contra aquele vírus, que pode continuar se replicando”, explicou.

A pesquisa também comparou doentes com Covid-19 a pacientes infectados com outras doenças respiratórias, como a Influenza. A comparação mostrou que as respostas do sistema imune de ambas doenças são semelhantes, porém, os pacientes com Influenza conseguem ativar os genes responsáveis pela defesa do organismo, ao contrário de alguns pacientes com Covid-19.

“O vírus acomete principalmente o pulmão. A gente sabe que ele é um vírus respiratório, entretanto, o indivíduo que não consegue controlar a replicação desse vírus, ele pode passar para circulação sanguínea e atingir outros órgãos. Um órgão muito afetado e pouco falado são os rins. Outros, tem problemas cardíacos, e tudo isso tem que ser levado em consideração”, explicou.

O professor acredita que o desenvolvimento de pesquisas como esta servem para entender a ação do novo coronavírus, permitindo desenvolver estratégias, além de fortalecer possibilidades de tratamento.

“É preciso também avaliar pessoas que infectaram e se curaram, para saber se elas não vão ter a longo prazo efeitos dessa infecção primária, que podem ter algum efeito tardio. Então, isso é uma coisa muito importante para a gente avaliar essas outras funções no corpo do indivíduo”, pontuou.

 

Alvos terapêuticos

 

Os pesquisadores também analisaram a atividade metabólica dos pacientes com Covid-19 e identificaram “vias metabólicas” que podem servir de possíveis alvos terapêuticos de combate à doença. Luiz explicou que essas vias metabólicas estão envolvidas na manutenção da energia e na função das células de defesa ativadas pelo organismo.

“Durante a Covid, a gente tem uma inflamação sistêmica, que é uma resposta intensa do nosso organismo à infecção, e isso é o que leva, principalmente, aos sintomas, por exemplo, as falhas respiratórias [...]. Com nossos resultados do estudo, a gente tem outras possibilidades para tentar inibir essa inflamação”, relatou.

 
Fonte: G1Goiás

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