ma comitiva do governo federal realiza na manhã desta terça-feira (4) uma vistoria na Base Aérea de Anápolis, a 55 km de Goiânia. O local é um dos que podem receber os brasileiros que voltarão de Wuhan (China), epicentro do surto de coronavírus,
para um período de quarentena.
O governo decidiu no fim de semana realizar uma operação para buscar os brasileiros que estão na cidade chinesa. De acordo com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deverão voltar ao país de 30 a 40 pessoas. Florianópolis é outra opção para abrigá-las.
Integram a comitiva membros dos ministérios da Defesa, da Saúde e das Relações Internacionais, além de integrantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pela manhã, eles realizaram uma reunião e, em seguida, partiram para a análise do local. O grupo avalia as condições estruturais e se a unidade está apta a receber os brasileiros para o isolamento.
De acordo com o tenente brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, secretário de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica, caso seja escolhida, a Base Aérea de Anápolis reúne todas as condições necessárias para receber os brasileiros e, inclusive, uma ótima estrutura física.
"Temos aqui dois bons hotéis. É uma base grande da nossa Força Aérea que recebe operações e organizações de outros lugares. Viemos aqui com esse olho de analisar cada item, que seja cama e roupa de cama. São as necessidades que o Ministério da Saúde nos colocar para que possamos fazer essa questão de um isolamento destas duas áreas", destaca.
Damasceno afirmou que, como há crianças entre os brasileiros que virão da China, há a preocupação até mesmo de uma área de lazer para elas, se permitido pelo Ministério da Saúde. Apesar de gostar do que viu, o tenente brigadeiro disse que é sempre possível melhorar.
"O número de pontos atende ao número [de brasileiros] que se imagina. Estamos aqui para torná-lo ótimo, excelente. Deixar esta base, que já é muito boa e organizada, no estado da arte para que nossos brasileiros sejam muito bem recebidos", destaca.
Segundo Damasceno, ainda não há uma previsão de quando a cidade que receberá a quarentena será escolhida. Porém, a decisão deve sair "brevemente".
Instalada a cerca de 5 km do centro da cidade, a Base Aérea de Anápolis tem uma área total de 1,6 mil hectares. Ela foi inaugurada em 1972 e demorou dois anos para ficar pronta. Atualmente, tem um efetivo de 1,7 mil militares. Os hotéis citados pelo comitiva possuem 66 alojamentos e servem para oficiais que estão de passagem pela unidade. No local, operam cinco tipos de aviões, inclusive
o KC-390, maior cargueiro produzido no Brasil, capaz de transportar até 26 toneladas.
Em nota, o Ministério da Defesa informou que "está em fase final de avaliação para melhor receber e acomodar esses brasileiros". O órgão completou que um grupo interministerial está atuando para planejar e fazer a retirada dos brasileiros de Wuhan "com a maior brevidade e segurança".
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que o governo definiu em 18 dias o período de quarentena pelo qual passarão os brasileiros que retornarão da China. Eles deverão ficar em alojamentos individuais.
'Não transitarão pela cidade'
O prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), disse na segunda-feira (3) que
a população não deve se preocupar caso a cidade seja a escolhida para receber a quarentena.
Segundo ele, o Palácio do Planalto e o Ministério da Saúde colocaram Anápolis na lista de opções por dois motivos: o aeroporto da Base Aérea tem baixa movimentação de pessoas e fica próximo ao Hospital de Base de Brasília, no Distrito Federal.
"Essas pessoas não estão doentes e por isso ficarão em quarentena. Caso apresentem os sintomas [da doença], não serão tratadas em Anápolis, não transitarão pela cidade e ficarão sob responsabilidade da Base Aérea", disse o prefeito.
Confira a situação do coronavírus até a manhã desta terça (4): Fonte: G1Goiás