23/01/2020 às 14h58min - Atualizada em 23/01/2020 às 14h58min
Ação apura superfaturamento e fraude em contratos de órgãos do governo com sites e blogs
Polícia Civil cumpriu 17 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Hidrolândia. Segundo delegado, irregularidades começaram a acontecer em 2013.
Uma operação da Polícia Civil está investigando a existência de fraudes e superfaturamentos de contratos entre a Agência Brasil Central (ABC), o Departamento de Trânsito de Goiás (Detran) e sites e blogs de Goiás. O prejuízo causado é estimado em R$ 2 milhões.
Os 17 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Hidrolândia. Só no Detran foram apreendidos 500 processos. Ao todo, 10 pessoas foram ouvidas na Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Contra a Administração Pública até a última atualização desta reportagem.
As investigações começaram em abril de 2019, após um pedido do Ministério Público, que abriu uma ação civil pública para apurar improbidades administrativas. Segundo o delegado responsável pelo caso, Alexandre Otaviano Nogueira, as fraudes aconteceram entre 2013 e 2017.
O delegado explicou que o Detran e a extinta Agencia Goiânia de Comunicação (Agecom), atual ABC, fizeram uma licitação naquele ano para contratar agências de comunicação responsáveis por divulgar campanhas de órgãos do governo.
“Foram dez agências. Elas é que eram responsáveis por contratar os sites e blogs para veiculação dessas mídias. Mas essa escolha estava sendo direcionada a pedido dos então gerentes das empresas estatais investigadas”, disse o delegado.
Uma das situações que chamou a atenção dos delegados foi o alcance dos sites que recebiam valores altos pela veiculação das campanhas.
“Sites e blogs pequenos, com um número de acesso muito inferior a grandes veículos, que tinham mais visibilidade para prestar o serviço público, recebiam um valor muito maior”, completou o delegado. As investigações ainda estão em andamento, mas os investigados podem responder por peculato, corrupção ativa, corrupção passiva e associação criminosa.
O outro lado Em nota, a ABC informou que apoia e colabora com as investigações e destaca que os contratos foram firmados em gestões anteriores.
O Detran-GO também alegou, em nota, que a "ação investiga antigos contratos de mídia com suspeita de superfaturamento firmados em gestões anteriores" do governo.
O
G1 entrou em contato por email com as assessorias de imprensa do governo estadual pedindo um posicionamento sobre a operação às 10h05 e aguarda retorno.
A reportagem também pediu um posicionamento à assessoria de Marconi Perillo, governador à época dos contratos, e aguarda retorno.
Fonte: G1Goiás