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10/12/2019 às 15h03min - Atualizada em 10/12/2019 às 15h03min

Procon multa Uber em R$ 145 mil após Wellington Camargo denunciar que teve corrida negada por ser cadeirante

Órgão disse que recusa do motorista fere a Constituição. Na época, o cantor, irmão da dupla Zezé di Camargo e Luciano, disse que 'se sentiu um lixo'. Empresa tem dez dias para recorrer.

O Procon Goiás multou a empresa de transporte por aplicativo Uber em R$ 145 mil por má prestação de serviço. A base para a aplicação foi um episódio ocorrido com o cantor Wellington Camargo - irmão da dupla Zezé di Camargo e Luciano - onde o motorista, segundo o órgão, se recusou a transportá-lo exclusivamente pelo fato de ele ser cadeirante.
A Uber informou, em nota, que vai recorrer da multa, o que pode ser feito em até dez dias. A empresa completou que, "no caso específico do cantor Wellington Camargo, após o cancelamento do primeiro motorista, a viagem foi automaticamente designada a outro parceiro, que realizou a viagem pretendida".
Na ocasião, o cantor contou como o episódio ocorreu. Ele estava na companhia da filha e disse que "se sentiu um lixo" pelo que passou.
"Eu estava saindo de um banco para ir para casa. O motorista chegou, minha filha foi até ele e disse para ele esperar só um pouquinho que eu estava descendo a rampa porque era cadeirante. Quando eu estava quase chegando no carro, ele acelerou e foi embora”, contou à época.
O problema, segundo o cantor, já havia ocorrido outra vez. O Procon informou que tal situação fere a Constituição, no tocante ao Estatuto da Pessoa com Deficiência e ao Código de Defesa do Consumidor (CDC).
G1 tentou falar novamente com Wellington, por telefone e mensagem, nesta manhã, mas não obteve retorno.
O superintendente do órgão, Wellington de Bessa, disse que a empresa chegou a anunciar o desligamento dos motoristas, mas alertou que isso não a exime da situação.
“A questão da mobilidade é mais complexa, sendo que todo prestador de serviços que opera com o conceito de mobilidade deve ter como premissa inicial a acessibilidade a todo cidadão, especialmente aqueles com mobilidade reduzida”, disse ao site do Procon.
O dinheiro da multa será encaminhado para o Fundo Estadual de Defesa do Consumidor, gerido pela Secretaria de Segurança Pública.

Sequestro

Wellington foi sequestrado há 20 anos, em Goiânia, em um caso que mobilizou todo o país. Em entrevista ao G1 em dezembro de 2013, ele afirmou que os dias de cativeiro não saíam de sua memória. "Até hoje, tenho pesadelo com isso. Por incrível que pareça, ainda sonho que estou sendo sequestrado", lembrou.
Na noite de 16 de dezembro de 1998, ele foi levado por quatro homens armados. O cantor, que teve metade da orelha esquerda cortada pelos sequestradores durante os 94 dias que ficou em cativeiro, em uma chácara a 27 quilômetros de Goiânia.
No decorrer das negociações, os criminosos reduziram o valor pedido inicialmente no resgate, de US$ 5 milhões para US$ 300 mil. O dinheiro foi pago em 20 de março de 1999.
 
Fonte: G1Goiás
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