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18/10/2019 às 15h18min - Atualizada em 18/10/2019 às 15h18min

Servidora pública diz ao MP que foi abusada 3 vezes por prefeito de Luziânia ao discutir gratificação

Em documento obtido pela TV Anhanguera, mulher narrou que crimes ocorreram em entre 2016 e 2018. Cristóvão Tormin negou acusações e registrou ocorrência de falsa-comunicação de crime.

Documento do Ministério Público (MP) obtido pela TV Anhanguera narra a denúncia de uma servidora pública concursada contra o prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin (PSD), por suspeita de crimes sexuais. No relato, a mulher afirma ter sido vítima do delito por três vezes, sempre quando tentava discutir uma gratificação com o político. O órgão investiga o caso.
O documento trata-se de um comunicado ao presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) para solicitar investigação do caso, uma vez que Tormin, pelo cargo, tem foro privilegiado.
A TV Anhanguera esteve na Prefeitura de Luziânia na quinta-feira (17), mas uma secretária informou que ele estava em Brasília. O G1 procurou a assessoria de imprensa da prefeitura às 11h30 desta sexta-feira (18), mas ainda não obteve retorno.
No documento, a servidora disse que o primeiro caso aconteceu em 2016. Na ocasião, narra que entrou em seu gabinete para discutir sobre uma gratificação quando o prefeito "abraçou-a e beijou-a na boca, tocou em seus seios".
Já em 2017, após procurar Tormin pelo mesmo motivo, alegou que ele trancou as portas e "segurou-a e abraçou-a para beijá-la, dizendo "se você sair comigo eu te dou a gratificação". No entanto, a mulher alega que recusou as investidas.
Por fim, em setembro do ano passado, ela novamente tentou conversar com o prefeito, mas ele "pediu para que a vítima se deitasse no sofá, agarrou-a e tentou tirar a roupa desta, segurou-a pelos braços e os colocou para trás, começou a beijar a ofendida".
O MP já informou, em nota, que o assunto “está em apuração, porém, foi decretado sigilo, até para preservar as vítimas”.
À TV Anhanguera, a Polícia Civil disse que não recebeu denúncias de supostas vítimas do prefeito. Já o PSD, partido dele, disse que a executiva ainda não discutiu o caso.

Outras denúncias

De acordo com a Globo Brasília, sete mulheres denunciam o prefeito por assédio. Uma delas, que foi servidora da Prefeitura de Luziânia, em 2014, quando precisou despachar um assunto com o prefeito e foi atacada.
"Entreguei a mão para poder cumprimentá-lo, e ele já na hora me puxou para me agarrar, me beijou a força. Eu empurrei, ele me puxou de novo. Eu gritei e empurrei. Entrou secretárias dele para poder me acalmar. Eu saí correndo, desci as escadas, peguei meu carro e fui para a Delegacia da Mulher de Luziânia”, informou a mulher.
Outra mulher também denuncia que foi assediada pelo prefeito.
"Eu me senti invadida, eu me senti humilhada, como se eu ali fosse só um pedaço de carne. Eu tinha ido falar sobre uma coisa de trabalho, sobre algo que era importante, e ele fez parecer, que aquilo não era nada, que eu não era nada”, contou.

Prefeito alega motivação política

Tormin, que está no segundo mandato como prefeito, tem atribuído as denúncias a uma tentativa de tirá-lo do poder. O prefeito registrou na Delegacia Regional de Luziânia, uma ocorrência de falsa-comunicação de crime contra vereadores de oposição.
No boletim de ocorrência, ele afirma ao delegado que foi procurado “por duas mulheres que alegaram terem sido procuradas para que pudessem confirmar que foram abusadas por ele, e que isso tinha como objetivo impactar a população com o propósito de manipular os resultados das eleições". No entanto, Tormin já está em seu segundo mandato e mão pode concorrer à uma nova reeleição.
Um dos vereadores citados pelo prefeito é Eliel júnior (SD), que negou qualquer envolvimento no caso.
"Nem sei que são essas mulheres, nem conheço essas mulheres e não estou participando disso. A gente acredita que isso será resolvido e a verdade virá à tona. Nós vamos entrar com um processo contra o prefeito por essa denúncia de falso crime e denúncia caluniosa”, informou.
 
Fonte: G1Goiás
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