21°C 33°C
Chapadão do Céu, GO
Publicidade

Corina Machado agradece Trump em 1º declaração após receber Nobel da Paz

Líder da oposição na Venezuela foi laureada nesta sexta (10). Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo, disse reconhecer sua defesa pacífica da democracia e dos direitos humanos em meio à crise política no país.

10/10/2025 às 13h26
Por: Redação Fonte: G1
Compartilhe:
Corina Machado agradece Trump em 1º declaração após receber Nobel da Paz

Na primeira declaração direta após receber o Nobel da Paz de 2025 nesta sexta-feira (10), a líder da oposição venezuelana María Corina Machado dedicou a premiação ao presidente dos Estados UnidosDonald Trump, e ao povo venezuelano.

Corina também afirmou que a premiação é um "impulso para concluir nossa tarefa" de derrubar o regime de Nicolás Maduro. Ela é uma das principais vozes da oposição democrática ao presidente e vive escondida na Venezuela desde que contestou o resultado das últimas eleições.

"Eu dedico este prêmio ao sofrimento do povo venezuelano e ao presidente Trump por seu apoio decisivo à nossa causa!", escreveu Corina em suas redes sociais após o anúncio da premiação.

Já o governo de Donald Trump, também em sua primeira publicação sobre a laureada, não parabenizou Corina pela premiação e criticou o Comitê do Nobel.

"O Comitê do Nobel provou que eles colocam a política na frente da paz", disse o diretor de comunicações da Casa Branca, Steven Cheung.

O governo dos Estados Unidos tinha expectativa de que Trump levasse o Nobel da Paz, e o próprio presidente norte-americano disse que ele merecia a premiação por supostamente resolver conflitos globais.

No entanto, em uma carta endereçada aos venezuelanos, Corina não mencionou o presidente norte-americano. E disse aceitar a premiação em nome do povo da Venezuela.

"Com profunda gratidão, aceito a honra de receber o Prêmio Nobel da Paz, que o Comitê Norueguês me confere, e que recebo em nome do povo da Venezuela, que tem lutado pela sua liberdade com coragem, dignidade, inteligência e amor admiráveis", disse Corina no documento.

"Este respaldo imenso mostra que a comunidade democrática mundial entende e compartilha da nossa luta. É um firme chamado para que a transição para a democracia na Venezuela se concretize de forma imediata".

"Este imenso reconhecimento à luta de todos os venezuelanos é um impulso para concluirmos nossa tarefa: conquistar a liberdade. Estamos no limiar da vitória e, hoje mais do que nunca, contamos com o presidente Trump, com o povo dos Estados Unidos, com os povos da América Latina e com as nações democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade e a democracia. A Venezuela será livre!", diz o texto.

A fala foi uma referência à disputa que a oposição trava contra o regime de Maduro desde as eleições de 2024, quando o presidente se reelegeu sem apresentar atas eleitorais e com a instrumentalização de todas as instituições do governo venezuelano, como a autoridade eleitoral, o Congresso e o Tribunal Supremo de Justiça.

 

Corina Machado afirma que o candidato que representava a oposição, Edmundo González, venceu a eleição com ampla margem e diz ter as atas eleitorais para comprovar. Desde então, a opositora busca ascender ao poder na Venezuela.

Mais cedo, durante uma conversa com o diretor do Instituto Nobel, que ligou para Corina Machado antes do anúncio oficial para informar sobre o prêmio, a opositora venezuelana disse achar que não merecia a premiação.

"Estou honrada e muito agradecida", disse ainda a venezuelana. "Ainda não chegamos lá, mas esta é certamente o maior reconhecimento para o nosso povo".

A líder opositora venezuelana foi reconhecida “por seus esforços persistentes em favor da restauração pacífica da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”, segundo o Comitê do Nobel. O prêmio totaliza 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões).

‘Uma das vozes mais corajosas da América Latina’

Ainda segundo o Comitê Norueguês, María Corina Machado foi escolhida por representar “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”.

O texto do comitê descreve a opositora como uma figura unificadora em um cenário político antes fragmentado, capaz de reunir grupos rivais em torno da defesa de eleições livres e da restauração do Estado de Direito.

“A democracia é uma condição prévia para a paz duradoura. Quando líderes autoritários tomam o poder, é essencial reconhecer os defensores da liberdade que se erguem e resistem”, destacou o comunicado.

Corina Machado é fundadora do movimento Súmate, criado há mais de 20 anos para fiscalizar eleições e promover o voto livre no país. Ela se tornou símbolo da resistência ao regime de Nicolás Maduro, enfrentando perseguições, bloqueio de candidatura e ameaças à própria vida — mas, mesmo assim, decidiu permanecer na Venezuela.

“Ela manteve-se no país, mesmo sob grave risco, inspirando milhões de pessoas”, diz o comitê.

Democracia sob repressão

A entidade lembrou que a Venezuela, antes considerada uma democracia estável, mergulhou em uma crise humanitária e econômica sob um regime “brutal e autoritário”. Segundo o texto, o país enfrenta pobreza extrema, êxodo de mais de 8 milhões de pessoas e repressão sistemática à oposição, com fraudes eleitorais, prisões e censura à imprensa.

Centenas de milhares de voluntários se mobilizaram como observadores para proteger os votos nas últimas eleições no país, mesmo sob risco de detenção e tortura. O comitê destacou que “os esforços da oposição foram inovadores, corajosos, pacíficos e democráticos”.

Segundo o Comitê Norueguês, Corina Machado cumpre os três critérios estabelecidos por Alfred Nobel para o prêmio: promover fraternidade entre nações, reduzir a militarização e trabalhar pela paz.

Pelo testamento de Alfred Nobel (1833-1896), o Prêmio Nobel da Paz deve ser entregue à pessoa ou organização que tenha contribuído de forma significativa para a promoção da paz.

“Ela demonstrou que as ferramentas da democracia também são as ferramentas da paz. María Corina Machado personifica a esperança de um futuro em que os direitos fundamentais dos cidadãos sejam protegidos e suas vozes ouvidas”, concluiu o comunicado.

Nobel da Paz

O ano foi marcado por uma intensa campanha para que o presidente dos EUA, Donald Trump, recebesse a honraria, capitaneada pelo próprio republicano. Analistas já diziam que as chances de Trump ser agraciado eram praticamente nulas nesta edição.

 

Entre os nomes apontados como favoritos ao prêmio neste ano estavam o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), as Salas de Resposta de Emergência do Sudão e a ONU, que completou 80 anos neste ano.

Noruega, e não Suécia

Pela vontade de Alfred Nobel expressa em seu testamento, o Nobel da Paz é o único Nobel a ser entregue na Noruega, e não em sua Suécia Natal.

Entre 1814 e 1905, Suécia e Noruega constituíam um reino unido sob o mesmo monarca e o mesmo corpo diplomático, embora permanecessem Estados distintos, com constituições, leis e até forças armadas separadas. A dissolução foi realizada de forma pacífica.

 

O Comitê Norueguês do Nobel é formado por cinco membros, todos indicados pelo Parlamento norueguês para um mandato de seis anos. A cerimônia de entrega é realizada em Oslo — desde 1990, na prefeitura da capital.

O evento de entrega ocorre todo dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred, e a medalha é entregue pelo presidente do Comitê. É comum o rei da Noruega estar presente na solenidade.

 
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
'Fim da era do terror', diz Trump no Parlamento de Israel após libertação de reféns em Gaza
Chapadão do Céu Há 1 dia Em Internacional

'Fim da era do terror', diz Trump no Parlamento de Israel após libertação de reféns em Gaza

Presidente dos EUA exaltou a libertação dos reféns como 'um triunfo incrível para Israel e para o mundo' e falou em prol da paz em discurso no Parlamento israelense nesta segunda (13). Mais cedo, o grupo terrorista Hamas libertou 20 reféns israelenses em Gaza.
Primeiro-ministro da França, Sébastian Lecornu, renuncia após menos de um mês no cargo
Chapadão do Céu Há 1 semana Em Internacional

Primeiro-ministro da França, Sébastian Lecornu, renuncia após menos de um mês no cargo

Lecornu havia sido escolhido por Macron no início de setembro para estancar crise política e foi o quinto premiê do segundo mandato do presidente, que começou em 2022. Ex-conservador, ele se juntou ao movimento centrista de Macron em 2017.
'Plano de paz': Trump dá até domingo para Hamas responder cessar-fogo e ameaça com 'inferno' se grupo não aceitar
Chapadão do Céu Há 2 semanas Em Internacional

'Plano de paz': Trump dá até domingo para Hamas responder cessar-fogo e ameaça com 'inferno' se grupo não aceitar

Trump disse que seu plano de paz para encerrar o conflito na Faixa de Gaza, anunciado na segunda-feira (29), é a última chance dos membros restantes terem suas vidas poupadas.
Serviço Secreto dos EUA desmantela rede clandestina que ameaçava causar apagão nas comunicações em Nova York
Chapadao Do Ceu Há 3 semanas Em Internacional

Serviço Secreto dos EUA desmantela rede clandestina que ameaçava causar apagão nas comunicações em Nova York

Mais de 100 mil chips de celular conectados à rede de telefonia com potencial de causar apagão na rede de telefonia da cidade foram descobertos. Líderes mundiais estão em Nova York para Assembleia Geral da ONU, que tem início nesta terça (23).
Chapadão do Céu, GO
22°
Tempo nublado

Mín. 21° Máx. 33°

22° Sensação
2.33km/h Vento
66% Umidade
20% (0.13mm) Chance de chuva
05h58 Nascer do sol
06h28 Pôr do sol
Thu 36° 23°
Fri 36° 21°
Sat 35° 19°
Sun 26° 18°
Mon 29° 13°
Atualizado às 01h03
Publicidade
Publicidade
Anúncio
Economia
Dólar
R$ 5,47 -0,32%
Euro
R$ 6,34 -0,34%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 651,442,12 -0,50%
Ibovespa
141,682,98 pts -0.07%
Publicidade
Anúncio
Publicidade
Anúncio
Publicidade
Anúncio
Publicidade
Anúncio