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De quase tetraplégico a alpinista: 17 anos depois de acidente, marido de Regina Casé escala a Pedra da Gávea

O cineasta e artista Estêvão Ciavatta foi arremessado por um cavalo e impactado na nuca. Com uma rotina de 5 horas de fisioterapia por dia, ele tinha a escalada do pico, no Rio de Janeiro, como um de seus maiores objetivos de reabilitação.

06/10/2025 às 09h28
Por: Redação Fonte: G1
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De quase tetraplégico a alpinista: 17 anos depois de acidente, marido de Regina Casé escala a Pedra da Gávea

"Não vai andar, não vai andar de bicicleta, não vai subir a Pedra da Gávea... Todos os 'nãos' eu duvidei", relata a atriz Regina Casé sobre a recuperação do marido, o cineasta e artista Estêvão Ciavatta. Dezessete anos após um grave acidente a cavalo que o deixou tetraplégico, Estêvão alcançou um de seus maiores objetivos de reabilitação: subir o pico da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro.

Assista à reportagem completa do Fantástico no vídeo acima.

O acidente e o diagnóstico

O acidente que mudou a vida de Estêvão Ciavatta ocorreu quando um cavalo deu pinotes e o arremessou violentamente contra o chão. O impacto foi direto na nuca, deixando-o tetraplégico, com o rosto enfiado na terra. Estêvão acordou do desmaio e deu uma instrução crucial ao caseiro: “Tem que ficar nessa posição; ninguém pode mexer em mim, tem que esperar vir a ambulância”.

 

A lesão sofrida por Estêvão foi semelhante à do ator Christopher Reeve, que também caiu de um cavalo, mas ficou permanentemente tetraplégico. No caso de Estêvão, a ação rápida para acionar o neurocirurgião Paulo Niemeyer foi fundamental.

O cineasta conta que um atraso de 15 minutos na chegada à mesa de cirurgia poderia ter sido fatal, pois o inchaço comprimiria demais a medula espinhal. A cirurgia foi bem-sucedida, aliviando a pressão e protegendo a coluna.

A luta pela recuperação

Após a cirurgia, Estêvão ficou seis meses com movimentos limitados a ombros e pernas, precisando de ajuda até mesmo para comer. Diante da impotência, Regina Casé, que se define como "solucionática resolutiva", encontrou forças na descrença médica. “Não aceitar o 'não' de cara” se tornou seu lema, duvidando de todos os prognósticos negativos.

A recuperação também exigiu que Estêvão resgatasse sua autoestima, combatendo a tristeza do corpo com a alegria do espírito. "Eu falei: 'Bom, meu corpo hoje já tá muito triste, eu não vou deixar meu espírito ficar triste também. Eu vou botar ele para cima, porque ele vai me ajudar a me levantar'", disse Estêvão.

O nascimento do filho, Roque Casé Ciavatta, foi um marco na sua reabilitação. Estêvão fez do cuidado com o bebê a sua terapia ocupacional. “Eu tinha que poder segurar ele no colo, eu tinha que poder trocar a fralda dele, mesmo que a minha mão não funcionasse direito”, relatou.

 

Com uma rotina de cinco horas de fisioterapia por dia, o cineasta tinha a Pedra da Gávea como inspiração. O pico, que ele havia escalado mais de 40 vezes desde a adolescência, tornou-se o seu limite.

A escalada

A escalada da Pedra da Gávea marcou o fim de um ciclo de reabilitação, sendo uma aventura que começou em uma trilha arborizada e culminou na desafiadora Carrasqueira. Estêvão levou para a trilha, segundo ele mesmo, “determinação, trouxe fé, trouxe, devoção também e trouxe, muita disposição e disciplina”.

A subida foi feita no ritmo tranquilo do "passo da cobra", que ele aprendeu com uma amiga. A metáfora é clara: a pressa faz a pessoa pisar na cobra e ser mordida. “Se eu quisesse ir na Pedra da Gávea cinco anos atrás, eu ia me ferrar”, exemplificou.

 

Regina Casé, que nunca subiu a Pedra da Gávea, acompanhou a jornada da montanha ao lado, a Pedra Bonita. A atriz confessou ter ficado “com muito medo de notícia ruim”, mas se emocionou com o apoio familiar: Roque abdicou da escola para subir a montanha com o pai.

Aos amigos e familiares que o ajudaram, Estêvão agradeceu. “Eu sofria muito por não abrir minha mão direito, por não andar como todo mundo andava. E depois eu vi que a minha coisa mais forte era a minha diferença”. A aventura, que durou 17 anos, mostrou que a melhor vista nem sempre está na paisagem, mas na jornada que modifica a todos.

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