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12/08/2019 às 15h21min - Atualizada em 12/08/2019 às 15h21min

Após derrota de Macri em primárias, Bolsonaro diz que não quer 'irmãos argentinos fugindo para cá'

Argentina terá eleições presidenciais em outubro. Neste domingo, em prévias que definem candidatos que participarão da disputa, presidente que tenta reeleição perdeu para chapa que tem Cristina Kirchner como vice.

O presidente Jair Bolsonarocomentou nesta segunda-feira (12), em evento em Pelotas (RS), a derrota do presidente argentino Mauricio Macri nas eleições primárias do país vizinho. Bolsonaro disse que "a volta de Cristina Kirchner" colocará "a Argentina no caminho da Venezuela" e afirmou que não quer "irmãos argentinos fugindo para cá".
Neste domingo (11), argentinos foram às urnas para as eleições primárias, que definem oficialmente quem serão os candidatos de cada partido e servem como uma espécie de pesquisa eleitoral.
Com 99,37% das urnas apuradas, Alberto Fernández, que montou chapa com a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, teve 47,66% dos votos. Macri, candidato de direita à reeleição e que tem o apoio declarado de Bolsonaro, recebeu 32,08% dos votos.
"Povo gaúcho, se essa 'esquerdalha' voltar aqui na Argentina, nós poderemos ter, sim, no Rio Grande do Sul, um novo estado de Roraima. E não queremos isso: irmão argentinos fugindo pra cá, tendo em vista o que de ruim parece que deve se concretizar por lá caso essas eleições realizadas ontem se confirmem agora no mês de outubro", disse Bolsonaro.
Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, tem recebido uma constante leva de venezuelanos que fogem da crise econômica, política e social que afeta o país no regime de Nicolás Maduro.
"Não se esqueçam que aqui, mais ao Sul, na Argentina – o que aconteceu nas eleições de ontem. O que aconteceu nas eleições de ontem... A turma da Cristina Kirchner, que é a mesma da Dilma Rousseff, que é a mesma de [Nicolás] Maduro e [Hugo] Chávez, e Fidel Castro, deram sinal de vida aqui", disse Bolsonaro
Em entrevista coletiva após a cerimônia em Pelotas, o presidente foi questionado por um jornalista sobre a declaração e o cenário político argentino.
"O que eu quis dizer com isso daí? Você [repórter que fez pergunta] deve saber o que está acontecendo com Roraima: tá recebendo um aporte muito grande de refugiados que tão fugindo da ditadura e da fome. Por quê?", disse.
"Dado o socialismo que deu certo com Chávez e com Maduro. A volta da Cristina Kirchner ali [na Argentina], no meu entendimento, é que estará a Argentina no caminho da Venezuela. E nós não queremos nossos irmãos argentinos fugindo pra cá."

Macri reconhece 'eleição ruim'

Ainda neste domingo, o presidente argentino reconheceu desempenho abaixo do esperado. "Tivemos uma eleição ruim e isso nos obriga, a partir de amanhã, a redobrar nossos esforços. Dói que não tenhamos todo o apoio que esperávamos", disse Macri.
O debate eleitoral na Argentina tem sido pautado pela recessão no atual governo e pela herança econômica do kirchnerismo (2003-2015), que incluiu a falsificação de estatísticas e denúncias de corrupção envolvendo Cristina Kirchner.
Já a oposição a Macri destaca a escalada inflacionária e a degradação social no atual governo.

Bolsonaro quer PGR 'alinhado'

Ainda na entrevista coletiva em Pelotas, Bolsonaro foi questionado se já definiu quem será o novo procurador-geral da República. O presidente deverá anunciar nos próximos dias o escolhido para comandar a Procuradoria-Geral da República no lugar de Raquel Dodge, cujo mandato acaba em setembro.
"É uma pessoa importantíssima, é o chefe lá do MP, fiscal da lei. E nós não podemos ter um chefe do MP que não esteja alinhado com o desenvolvimento do Brasil. [...] Temos problemas ambientais que o MP vem criando situações que dificulta a retomada de projetos como este [...]. [Temos que ter um chefe do] MP que se preocupa em combater a corrupção, mas também estrutura, não seja um xiita ambiental, que entenda as pessoas de minoria com a importância que ela tem que ter e não supervalorizada", disse Bolsonaro.
O cargo costuma ser ocupado por um dos indicados pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) em lista tríplice. O presidente, no entanto, não é obrigado a indicar integrantes da lista.
Nos mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e nos de Dilma Rousseff, o escolhido para a PGR foi o primeiro colocado na lista indicada pela associação.

Fim dos radares móveis

Em Pelotas, Bolsonaro disse ainda que pretende acabar com os radares móveis no país já na semana que vem.
A operação de radares móveis nas rodovias federais cabe à Polícia Rodoviária Federal (PRF). Nas demais estradas, os aparelhos estão sob responsabilidade de estados e municípios.
"A partir da semana que vem, não temos mais radares móveis no Brasil", disse o presidente, que não explicou como fará isso. Segundo ele, os radares são "uma roubalheira".

Visita a Pelotas

Bolsonaro chegou a Pelotas por por volta das 10h30 desta segunda para participar da cerimônia de inauguração de trechos da duplicação da BR-116. Apoiadores do presidente foram ao local e o receberam com gritos de "mito".
Também participaram do evento os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Osmar Terra (Cidadania), além de deputados e da prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas.
 
Fonte: G1
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