Suspeito de matar a ex-mulher a facadas em Goiânia é preso após ficar mais de dez anos foragido

Foragido há mais de dez anos, um vendedor de carros de 48 anos foi preso suspeito de matar a ex-mulher a facadas, em Goiânia. O crime foi cometido em 2008. Segundo a Polícia Civil, ele não aceitava o fim do relacionamento e estava usando documentos falsos para fugir da corporação desde então. Ao ser apresentado à imprensa nesta quinta-feira (1º), Flávio Antônio de Oliveira alegou que agiu em legítima defesa durante uma briga.
O homicídio aconteceu no dia 19 de outubro de 2008, na Vila Canaã. A cabeleireira Ariane Irene Lemes Vieira, na época com 29 anos, foi esfaqueada várias vezes nas costas dentro de casa.
“A vítima já era agredida há cinco anos, mas mantinha o relacionamento na esperança dele mudar e as agressões pararem. Quando ela resolveu pôr um ponto final nisso, ele não aceitou e a matou”, disse o delegado Ernane Cazer.
Logo após o crime, a polícia pediu à Justiça um mandado de prisão preventiva, mas Flávio fugiu. Segundo o delegado, ele mudava a aparência em cortes de cabelo e barba para não ser reconhecido, além de usar documentos falsos, mudar constantemente o número de celular e se mudar para vários estados.
Ele foi preso em Goianinha (PE) no dia 12 de junho. Ao ser apresentado à imprensa nesta manhã, disse que foi agredido pela ex-mulher e agiu para se defender.
“Ela me deu uma facada, já tinha quebrado vidro do meu carro. Essa história de que eu batia nela é mentira. Eu estava fugindo porque estava sendo ameaçado pela família dela”, disse.
Porém, a polícia não acredita nessa versão. “Não houve legítima defesa. Os laudos apontam que ela foi esfaqueada várias vezes nas costas”, afirmou o delegado.
Com a prisão, mesmo dez anos depois, a família acredita que a Justiça está começando a ser feita. A mãe da vítima, Helena Maria Lemes Vieira, afirmou que ainda tentou apoiar para que os dois ficassem juntos.
“Uma semana antes do crime eu recebi ele, disse para dar tempo ao tempo, que se ela ainda gostasse dele, ela ia voltar. E ele faz isso com minha filha? Ele não tirou só a vida dela, tirou o brilho da nossa família. Mesmo passando tanto tempo, nunca deixei de pedir justiça e agora só tenho a agradecer à polícia”, desabafou.
Como em 2008 não existia o crime de feminicídio, Flávio vai responder por homicídio qualificado e uso de documento falso.
 
Fonte: G1Goiás