A
princesa Haya Bint al-Hussein, a sexta mulher do emir de Dubai, xeque Mohammed Al Maktoum, solicitou na Suprema Corte da Inglaterra uma ordem para proteger uma de suas crianças de um casamento forçado, de acordo com a agência Reuters.
Na lei inglesa, uma ordem de proteção contra casamento forçado se destina a proteger uma pessoa de se casar contra a sua vontade ou a ajudar alguém que já foi forçado a se casar. Haya tem uma filha de 11 anos e um filho de 7, segundo o jornal "The New York Times".
A princesa, de 45 anos, também fez um pedido de medida protetiva contra assédio e ameaças. Não está claro com quem esse pedido está relacionado.
Haya também solicitou que a Justiça britânica assuma a custódia do filho, de acordo com a Reuters. Caso a demanda seja aceita, o tribunal fica responsável por decisões importantes relacionadas ao futuro da criança.
Segundo o jornal "The New York Times", a princesa requereu a custódia das crianças perante a Justiça. A informação foi atribuída à Associação Britânica de Imprensa. De acordo com o jornal, uma pessoa próxima à família real dos
Emirados Árabes Unidos afirmou que ela fugiu do país há alguns meses e busca asilo político no Reino Unido, além de um divórcio do xeque.
A embaixada dos Emirados Árabes em Londres afirmou que o governo do seu país não pretende fazer comentários com relação à vida privada dos envolvidos no caso.
Representantes do xeque Mohammed Al Maktoum foram procurados pela agência Reuters, mas ainda não se manifestaram.
Quem é Haya e por que fugiu
Filha do falecido rei Hussein, da
Jordânia, Haya é meia-irmã do rei Abdullah II, que governa o país atualmente.
Nascida na Jordânia, ela foi educada no Reino Unido – onde frequentou a Bryanston School, em Dorset, e estudou filosofia, política e economia na Universidade de Oxford.
Haya competiu em provas de hipismo nas Olimpíadas de 2000, em Sidney (Austrália), e se casou com o xeque em 2004. Na época, ela integrava o comitê Olímpico Internacional.
Ainda não está claro o motivo da fuga, mas ela disse que “temeu por sua vida”.
Segundo a BBC, fontes próximas a Haya afirmam que ela teria descoberto recentemente informações preocupantes sobre o
retorno a Dubai, em 2018, da princesa Latifa, uma das filhas de Mohammed. Ela fugiu dos Emirados Árabes Unidos pelo mar com a ajuda de um francês, mas foi interceptada por homens armados na costa da Índia e retornou a Dubai.
Na ocasião, Haya, junto com a ex-presidente irlandesa Mary Robinson, defendeu a postura de Dubai em relação ao incidente.
As autoridades do país afirmaram que Latifa estava "vulnerável à exploração" e que "agora estava em segurança em Dubai". Mas ativistas de direitos humanos alegam que ela foi levada de volta à força, contra sua vontade.
Desde então, dizem que a princesa Haya teria descoberto novos fatos sobre o caso e sofrido, consequentemente, uma crescente hostilidade e pressão por parte de integrantes da extensa família do marido até que não se sentiu mais segura no país.
Uma fonte próxima à princesa, ainda de acordo com a BBC, conta que ela teme ser sequestrada e levada de volta a Dubai.
Fonte: G1