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17/07/2019 às 14h36min - Atualizada em 17/07/2019 às 14h36min

Dois estudantes são presos suspeitos de agredir jovem por ele ser gay, em Goiânia

A vítima denunciou à Polícia Civil que foi vítima de homofobia. Ele contou que foi xingado e agredido por três rapazes, dos quais dois correram atrás dele na rua; vídeo mostra crime.

A Polícia Civil prendeu dois estudantes de 20 anos suspeitos de agredir um jovem, de 24 anos. A vítima acredita que foi agredida por ser gay. O crime aconteceu no último dia 6 de julho, no Setor Bueno, em Goiânia. Imagens de câmeras de segurança mostraram quando os autores correm atrás e batem no rapaz (assista abaixo).
Segundo o delegado que investiga o caso, Carlos Caetano, um deles disse ter sido provocado pela vítima e por isso a agrediu com socos. O segundo nega qualquer agressão ao jovem. Ambos negaram que tudo ocorreu por homofobia.
Advogado que representa os dois, Eduardo Brown disse que os seus clientes não são homofóbicos e que "são pessoas ilibadas e de boa índole, que convivem em sociedade em perfeita harmonia". Portanto, a defesa "refuta qualquer afirmação de crime motivado por descriminação sexual". Veja o posicionamento na íntegra ao fim da reportagem.
O jovem denunciou à corporação que foi vítima de homofobia. Ele contou que foi xingado e agredido por três rapazes, dos quais dois correram atrás dele na rua.
Imagens de câmeras de segurança mostram o jovem caminhando e sendo abordado por dois homens. Um deles dá vários murros no rosto da vítima. Para tentar fugir das agressões, o rapaz corre.
Antes dos murros, o jovem disse que um terceiro homem, que não foi filmado pela câmera de segurança, jogou um copo de vidro no rosto dele. O rapaz contou que não conhecia os agressores.
Jovem denuncia que foi agredido em Goiânia por ser homossexual
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Segundo o jovem, o homem que jogou o copo o xingou e disse que a vítima merecia morrer.
"Me xingando de 'viado', de 'bicha', falando que minha roupa era roupa de 'bicha', que eu tinha que morrer porque não é certo ser 'viado'. Que eu era 'viado' porque eu não apanhei o suficiente quando eu era criança. Que eles iam me ensinar a ser homem na porrada", contou.
O jovem fez exame de corpo de delito e registrou um boletim de ocorrências no 4º Distrito Policial de Goiânia. A polícia registrou inicialmente o caso como injúria e lesão corporal, mas será mudado para se enquadrar na Lei de Racismo.
Em junho, a homofobia foi considerada crime no Brasil pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e se enquadra nas mesma Lei de Racismo, que é um crime inafiançável e pode ser punido com um a cinco anos de prisão e, em alguns casos, pagamento de multa.

Investigação

O delegado Carlos Caetano, que apura o caso, disse que o registro inicial foi só uma direção para começar a investigar o caso.
"Ouvimos formalmente a vítima [terça-feira] e o meu entendimento leva a crer que foi um crime dentro da Lei de Racismo, de acordo como definiu o STF. [...] Estamos aguardando o resultado do exame de corpo de delito, mas as declarações da vítima e as imagens deixam claro que houve o crime", afirmou.
O jovem que foi agredido insiste em divulgar o caso para que hajam outras vítimas.
"Se eu puder ajudar a evitar que isso aconteça com alguma outra pessoa é isso que eu quero. Eu quero que eles sejam pegos para que eles não possam mais fazer isso com ninguém", afirmou.

Posição completa da defesa dos presos

Estamos ainda colhendo os substratos processuais, mas, desde já, afirmo que os fatos não se deram dessa forma, qual seja, agressão por discriminação sexual.
Os estudantes são pessoas ilibadas e de boa índole, que convivem em sociedade em perfeita harmonia. Os supostos acusados não são homofóbicos e têm amigos homossexuais. Por isto, refutamos qualquer afirmação de crime motivado por discriminação sexual.
Até porquê os suspeitos e vítimas não se conhecem e, pelos trajes usados pela suposta vítima (calça e camiseta), jamais poderiam denotar uma postura sexual hetero ou não.
Os fatos narrados pela vítima não coadunam com a realidade fática. A questão da opção sexual da suposta vítima apenas se tornou conhecida pelos estudantes com a divulgação pela internet.
Fonte: G1Goiás
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