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07/05/2019 às 15h46min - Atualizada em 07/05/2019 às 15h46min

Após novos ataques de Olavo de Carvalho a militares, Bolsonaro diz esperar fim de desentendimentos, mas ideólogo segue atacando

Em rede social, Bolsonaro diz que admira Olavo de Carvalho e reconhece seu trabalho contra 'ideologia insana'. Também declarou que deve sua formação aos militares. Após novos ataques do ideólogo Olavo de Carvalho contra o núcleo militar do governo federal, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (7), por meio de rede social, que espera que os desentendimentos sejam "página virada por ambas as partes".

Na mesma publicação, Bolsonaro fez elogios a Olavo de Carvalho e disse que a obra do escritor contribuiu para que ele chegasse à Presidência.
"Olavo, sozinho, rapidamente tornou-se um ícone, verdadeiro fã para muitos. Seu trabalho contra a ideologia insana que matou milhões no mundo e retirou a liberdade de outras centenas de milhões é reconhecida por mim", declarou.
"Sua obra em muito contribuiu para que eu chegasse no Governo, sem a qual o PT teria retornado ao Poder." Na sequência, o presidente diz que deve sua "formação e admiração" aos militares.

Novos ataques à ala militar

Na manhã de terça, Olavo de Carvalho voltou a atacar os militares novamente com uso de palavrões. E horas antes de receber elogios de Bolsonaro, o ideólogo afirmou à 0h40 (de Brasília) que "há coisas que nunca esperei ver, mas estou vendo. A pior delas foi altos oficiais militares, acossados por informações minhas que não conseguem contestar, irem buscar proteção escondendo-se atrás de um doente preso a uma cadeira de rodas", numa referência ao general Eduardo Villas Boas.
O general, apesar de sofrer de esclerose lateral amiotrófica, uma doença grave e degenerativa, cumpriu sua missão como comandante do Exército e, hoje, continua trabalhando como assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
O ideólogo também postou nesta segunda que "Santos Cruz me deve desculpas por ter-me insultado em resposta a um elogio que lhe fiz". O ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, foi alvo de Olavo de Carvalho no último final de semana.
No último fim de semana, o ideólogo usou uma entrevista concedida pelo ministro à rádio Jovem Pan e ao jornal “O Estado de S.Paulo”, para atacá-lo e xingá-lo nas redes sociais.
Na entrevista, ao ser questionado sobre o uso das redes sociais como instrumento do governo, Santos Cruz respondeu que elas têm que ser usadas com muito cuidado para evitar distorções e que virem arma nas mãos de grupos radicais, sejam eles de uma ponta ou outra. O ministro defendeu mais diálogo e o aprimoramento da legislação.
Na segunda (6), Villas Boas reagiu aos ataques de Olavo de Carvalho aos militares. Ele escreveu em uma rede social que o escritor é um "Trotsky de direita" – intelectual de orientação marxista, Leon Trotsky foi um dos líderes da revolução russa de 1917 e um dos principais responsáveis por implementar o regime comunista naquele país.
"Mais uma vez, o senhor Olavo de Carvalho, a partir de seu vazio existencial, derrama seus ataques aos militares e às FFAA [Forças Armadas], demonstrando total falta de princípios básicos de educação, respeito, humildade e modéstia", escreveu o ex-comandante do Exército.
E acrescentou: "Verdadeiro Trotski de direita, não compreende que substituindo uma ideologia pela outra não contribui para a elaboração de uma base de pensamento que promova soluções concretas para os problemas brasileiros. Por outro lado, age no sentido de acentuar as divergências nacionais no momento em que a sociedade brasileira necessita recuperar a coesão e estruturar um projeto para o país".
No mesmo dia, Bolsonaro afirmou não há divisão entre ala militar e ala de apoiadores do ideólogo. “Não existe grupo de militares nem grupo de Olavo aqui. Tudo é um time só”, disse o presidente.
Antes de mirar o ministro Santos Cruz, Olavo de Carvalho já havia trocado farpas com o vice-presidente Hamilton Mourão, outro general do Exército, e dirigido ataques à "ala militar" do governo, sem citar nomes específicos.

Conversa franca

A cúpula militar receberá Bolsonaro para um almoço nesta terça (7)no Quartel General do Exército, em Brasília. Segundo o colunista do G1Valdo Cruz, eles querem ouvir diretamente do presidente da República sua posição sobre a crise gerada pelas críticas classificadas de “desrespeitosas” feitas pelo ideólogo.
Segundo interlocutores de militares, a expectativa é de uma conversa franca, para colocar um ponto final no clima de guerra dentro do governo entre as alas militar e olavista. O post de Bolsonaro desta terça não teria agradado totalmente os militares. Apesar de encerrar o texto pedindo para que todos considerem a crise como “página virada” e afirmando que deve sua formação e admiração aos militares, Bolsonaro dedica a maior parte de sua mensagem a fazer elogios e destacar a importância de Olavo de Carvalho para sua eleição.
Fonte:G1
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